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sexta-feira, abril 28, 2006



Muito barulho por nada - parte 1


Joseph Belmont estava ligeiramente... constrangido. Arwen por sua vez, não percebeu de imediato o que havia acontecido. Estava muito perdida em suas conjecturas para notar qualquer outra coisa externa ao seu mundinho. Até que olhou para os lados. Os grupos maiores de alunos já haviam ido embora e apenas algumas "duplas" permaneciam ali. Enquanto isso, Josh observava o grande movimento do local onde estavam, com meia dúzia de casaizinhos se agarrando, "talvez por causa do frio" - pensou o rapaz. E a grifinória pousou os olhos no corvinal de cabelos cinzentos parado diante de si. Completamente sem jeito, desconcertado. As orelhas avermelharam, e avaliar o ambiente local não foi uma das melhores coisas que ela poderia ter feito. O rapaz tentou começar uma conversa para melhorar o clima um tanto adverso que parecia pairar ali.

- Você não me parece muito bem... Aborrecida com alguma coisa?

Ela arregalou os olhos. Num ato súbito, mexeu as mãos rapidamente procurando algo para segurar enquanto suas bochechas queimavam. Pegou um dos cardápios ainda na mesa e enfiou a cabeça nele. Josh, de onde estava, só podia enxergar uma pasta de couro aberta entre as mãos da garota, um cocoruto negro emergindo por cima dela e duas pontas de orelha.

- Não é nada demais... - resmungou baixinho e tão rápido que mal se fez entender.

Silêncio de novo. Ela arregalava cada vez mais os olhos na medida em que lia o cardápio do local. Cada drink com um nome mais... estranho que o outro! "Love is in the air, Blue passion, Love story, Sex on the beach... SEX ON THE BEACH??? Merlim, onde vamos parar???" - ela lia mentalmente as bebidas disponíveis na casa e corava cada vez mais. Após alguns instantes, ouviu a voz do corvinal fazendo seu pedido à garçonete.

- Um uísque de fogo, por favor.

- DOIS! - a marota se pronunciou rapidamente, ainda sem tirar a cara do menu.

Belmont estranhou, olhando Arwen de canto de olho, um tanto asssustado. Não sabia que menininhas comportadinhas bebiam uísque de fogo. Se bem que uma garota que recebe o apelido de Marota não deve ser lá tão comportada... Deve ter seus méritos... Mesmo assim, ela não tinha cara de quem era acostumada com uísque de fogo ou coisas do gênero.

- Hmm... deve ter alguma coisa mais leve... - disse o garoto pegando um dos cardápios. Porém, ao ver o que havia neles, acabou desistindo da sugestão - Não, deixa pra lá. - completou um pouco encabulado.

- É, é melhor assim... Melhor mesmo... É sim, vou beber isso mesmo, enquanto o povo não volta. - respondeu enquanto recolhia rapidamente todos os cardápios da mesa e entregava de volta para a garçonete - Eles vão voltar né? - pausou olhando para a porta - Bebi muito chocolate quente, preciso de algo mais... sustante. - e arrematou com um sorrisinho cínico e forçado, enquanto cruzava os braços e apoiava-os na mesa.

Belmont olhava a menina. Ela agia de maneira tão estranha e tão incoerente com o pouco que ele já havia conhecido da personalidade dela que não pôde deixar de pensar no óbvio: havia algo errado acontecendo. Olhou curioso, quase intrigado para Arwen, o que a fez enrubrescer de novo. Logo a garçonete voltou trazendo as bebidas ("Graças a Deus!!!", pensou a marota encurralada). Joseph insistiu.

- Você está estranha... Tem certeza de que está tudo bem?

A semi-elfa respirou fundo sem olhar para o rapaz e virou o copo de uma vez. Josh agora arregalou os olhos realmente assustado, quase descrente para a grifinória. Ela entretanto, sentia-se mais calma depois de um primeiro golinho no seu uísque. Um pouco (mais) tonta, talvez. Olhou para o rapaz sentado à sua frente. Decidiu por fim.

- Você tem razão... De fato... Não, não estou muito bem, mas são problemas muito... pessoais, se é que me entende, não acho que seriam interessantes para outras pessoas. Não vou te chatear com isso. E nem são problemas de verdade, é mais minha curiosidade que me faz... Ah, deixa pra lá.

- Se eu puder ajudar... Sou todo ouvidos.

Arwen pediu outro wisky de fogo. Olhava o copo vazio à sua frente e pensava se incomodaria o colega com suas bobagens ou não. Decidiu que precisava conversar com alguém. Na realidade, sentia uma vontade incrível de falar, e falar e falar até não agüentar mais, e já que o moçoilo se colocava tão à disposição... E disparou.

- Então eu nasci em Londres numa tarde de primavera quase verão e minha mãe era medibruxa e meu pai era auror daí eu cresci e ele morreu quando eu tinha 10 anos e todo mundo achava que era acidente de trabalho já que ele trabalhava com vampiros mas daí minha mãe me criou eu vim pra Hogwarts e então Voldemort matou minha mãe e o Legume sumiu quando eu descobri que era herdeira de um reino escondido de gente orelhuda e hoje o tio Lupin me contou que meu pai era legal e minha mãe já foi peguete dele e então eu ganhei uma boneca que fala e...

A menina falava tão rápido que mal se entendia as palavras que pronunciava, quem dirá o que ela queria dizer. Joseph não se agüentou e desatou a rir. Ao ouvir as gargalhadas do corvinal, Arwen parou repentinamente seu falatório e olhou brava pra ele, com as mãos na cintura.

- Tá achando graça de que? Minha história é uma tragédia, você não percebeu?

- Não.

- Como assim, "não"?

- Não percebi, oras. Pra falar a verdade nem entendi uma única palavra do que você disse. De repente, se você me contasse com mais calma eu poderia até me sensibilizar...

* cara da Zoreia nesse momento: ¬¬*

Continua, lálálálá...
Pelas risadas de Arwen Potter e Joseph Belmont


Arwen Lórien Potter às 09:29h


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