terça-feira, novembro 01, 2005
Chuva de farpas
O fato de ter escutado Padma Patil e Antônio Goldstein falarem a senha enquanto conversavam a caminho da Corvinal fez com que Dani Lupin pegasse um atalho e economizasse tempo rumo ao salão comunal de sua casa. Ela adentrou nele e percebeu que ainda estava vazio. Exaustamente se arrastou rumo ao dormitório feminino e em seu quarto, que fora reformado durante as férias, viu que seu malão e suas inúmeras bolsas já se encontravam ao pé de sua cama. Desanimada com tudo que acontecera neste turbulento e nada maroto dia, trocou de roupa rapidamente enquanto frases tortas e imcompletas ainda ecoavam em sua mente.
- Depois eu falo se puder...?
- Minha amiga...?
- Amiga, pois sim... humpf - Dani pensou alto.
Pôs seu pijama de duendes e sua pantufa de coelhinho e seguiu em direção a cama. Um turbilhão de imagens a seguia e penetrava sua mente fértil. A cena da Pettigrew conversando com o Tom realmente a chateara. E muito. Verdade seja dita, elas eram praticamente primas. Mas desde criança tinham problemas para se entender, principalmente quando ela tentou afogar o dragão de pelúcia (sim, o Bobert) da Dani na privada por vingança de alguma brincadeira marota feita pela menina. Mas chegar ao ponto de roubar o namorado alheio seria o fim, definitivamente.
Com todas essas minhocas na cabeça, Dani já estava ajeitando seus lençóis para se deitar quando Suze entra no quarto, animada:
- Dani, tudo bem? Não tive oportunidade de conversar com você no trem, e...
- E o que? - interrompeu Dani bruscamente - e estava muito ocupada conversando com meu namorado no jantar? Isso você não precisava me dizer, porque meus lindos olhinhos castanhos viram muito bem.
- Dani, não é nada disso que você está pensando!
- Ah, não é? Por que, você é Sibila para saber o que eu penso? - retrucou Dani sarcasticamente.
- Porque tá na cara que você está dando esse pití porque está se roendo de ciúmes do Tom ter conversado a viagem toda e o banquete comigo!
- A parte do trem estou sabendo agora. E explica o fato daquele estúpido não ter me procurado. Legume insensível! Mas é claro. Por que ele iria viajar com a namorada dele se a conversa com a amiguinha dele estava tão agradável?
Suze respirou fundo. Até o momento, ela, que tinha dado uma verdadeira aula de paciência, resolveu guarda-la no bolso.
- Já disse que não quero a droga de seu namorado coisíssima nenhuma. O Tom é sim um garoto simpático, e um grande amigo, mas é só isso. Ele é seu namorado, e eu respeito isso. Se, porém, você não dá atenção a ele como deveria, não é problema meu. Nós só viemos no trem juntos, porque ele me disse que você estava ocupada demais com seus amigos para querer conversar com ele. Já está na hora de você deixar de ser uma criança ciumenta e agir como gente grande. Pare de acusar os outros de coisas que não fez.
Irritada, já explodindo, Dani retrucou.
- Então pare de dar trela para o namorado alheio fazendo o favor, já que você tem tanta bondade e pena em seu coraçãozinho.
- Bondade e pena? O Tom é meu amigo, e eu fui no Expresso com ele porque a namorada dele não deu bola para ele. Mas já que você insiste em imaginar que eu tenho qualquer coisa com seu namoradinho, ótimo, então!
- Ótimo!
E as duas se deitaram, cada uma em sua cama, na esperança de um amanhecer melhor.
*Por Suzanne Pettigrew e Dani Lupin
Arwen Lórien Potter às 20:57h